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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Interesse- Próprio: Um cristão que segue a maré

Decidi há poucos dias fazer algo novo aqui no Blog. Postamos geralmente textos e vídeos, o que é maravilhoso. Mas estive pensando e, concluí que deveria estimulá-los à leitura de uma obra que é talvez a mais importante da Literatura Cristã Mundial: O Peregrino, de John Bunyan. Para fazê-lo, disponibilizarei um site pelo qual poderão baixar o livro em PDF (4 Shared). Qual é nossa proposta? Descreveremos o livro? Não, absolutamente... Apenas faremos um estudo acerca de alguns de seus personagens, lembrando-nos sempre que a história se baseia na vida e nos desafios de um CRISTÃO. Apreendamos, pois, o sentido das alegorias de Bunyan, para nossa própria edificação. A personagem aqui estudada é:


Interesse Próprio

Cristão (esse é o nome do personagem principal) acabara de escapar da Feira das Vaidades, lugar vil cujos moradores respiram ameaças, superstições e futilidades. Tendo perdido seu amigo e companheiro de viagem, o Fiel, o qual acabou sendo morto dando testemunho da verdade, Cristão recebera ajuda de certo homem que fora tocado por seu testemunho, o Esperançoso. Ele creu nas palavras de ambos os peregrinos e decidiu ajudá-lo a fugir de lá. No Caminho, os dois mal se afastam da Feira, e encontram logo outro homem, que se diz também peregrino, seguindo rumo à Cidade Celestial... Seu nome? Interesse Próprio.

  • A 1ª informação que se tem acerca deste no livro é esta: natural da Cidade das Boas Palavras.
Segundo a narrativa, esta cidade é conhecida por ser bastante rica, tendo sido esta informação confirmada pelo próprio Interesse Próprio. E eu pergunto a vocês, queridos leitores: por que será, não? Bom, o nome da cidade já explica tudo: é cidade de um povo Bajulador! O que a Bíblia diz acerca daqueles que afagam com os lábios? 

"O que anda maldizendo descobre o segredo; pelo que, com o que afaga com seus lábios, não te entremetas..."
Pv 20: 19
Comer mel em demasia não é bom: usa de moderação nas palavras elogiosas.
 Pv 25: 27
Acontece que aqueles que fazem muitos elogios, raramente são sinceros, não buscam seu bem, mas andam em busca de aliados, todos oportunistas, como os fariseus, dos quais Jesus disse:  

"E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens"
Mt 23:5
"Porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus."
Jo 12: 43
"Como podereis crer, vós que recebeis glória uns dos outros 
mas não buscais a glória que vem do único Deus? "
João 5: 44
 Leia o trecho:

Cristão aproximou-se outra vez e disse-lhe:

– Cavalheiro, fala como grande conhecedor do mundo, e, se não estou mal informado, parece-me que já adivinho quem é. Não se chama o senhor Interesse- Próprio, de Boas- Palavras?

INTERESSE- PRÓPRIO – Não, senhor, não é esse o meu nome, apesar de assim me chamarem algumas pessoas, e, de eu me resignar a aceitá-lo como um insulto, a exemplo do que fizeram, antes de mim, outros homens não menos respeitáveis.
CRISTÃO – E que motivo deu o senhor para lhe porem semelhante alcunha?
INTERESSE- PRÓPRIO – Nenhum, absolutamente; e só posso atribuí-lo ao fato de ter tido a sorte de estar sempre de acordo com as opiniões do tempo presente, quaisquer que elas sejam, ideia com a qual me tenho dado perfeitamente bem. Isso considero eu como uma grande bênção, e não acho justo que meia dúzia de mal intencionados me censurem.
(p. 150; BUNYAN) 

Estes cristãos (INTERESSE- PRÓPRIOS) estão sempre de acordo com o que for mais cômodo.
  •  Vejam os amigos dele: o AMOR- AO- DINHEIRO; o APEGO- AO- MUNDO e o AVAREZA.
 E que discussão travam entre si, a qual só faz sentido para um homem mundano...

Leia o trecho: 

INTERESSE- PRÓPRIO– Amigo, pelo que se vê, todos somos peregrinos, e, para apartarmos- nos das coisas más, permitam-me que eu vos proponha uma questão:
 
Suponhamos que um pastor de almas, ou um comerciante, a quem se apresentasse a ocasião de possuir as boas coisas dessa vida, mas que não pudesse alcançá-las de modo algum sem que este se fizesse, pelo menos na aparência, extraordinariamente zeloso em algum ponto da religião –com o que até então não se houvesse importado muito –, não lhe será permitido empregar os meios necessários para obter o seu fim, sem por isso deixar de ser um homem honrado?
AMOR- AO- DINHEIRO – Vejo o fundo de vossa questão, e, com o amável consentimento destes cavalheiros, vou dar-lhe uma resposta, que considerei primeiro em relação ao pastor. Imaginemos um homem dessa classe, um homem bom, que possui um benefício muito pequeno, e que, na expectativa de outro mais cômodo e mais rendoso, tem ensejo de obter, com a condição de ser mais estudioso, de pregar mais e com maior zelo; apesar das opiniões contrárias, eu não vejo razão alguma para não fazer isso e ainda mais, uma vez que tenha ocasião, e sem deixar de ser honrado. 
E por quê?

– Desejar um benefício melhor e lícito, sem a menor contradição, posto que seja a Providência que o depara; e assim poder obtê-lo se isso estiver ao seu alcance e não se prender com questões de consciência.

– Além do que, o desejo desse benefício torna-o mais estudioso, obriga-o a cultivar mais o seu talento, tudo o que é, sem dúvida, muito em conformidade com a vontade de Deus...

–  Quanto a acomodar-se ao caráter do seu povo, deponho em suas asas alguns dos seus princípios: 
a) ele é dotado de um espírito cheio de abnegação
b) procede de maneira doce e atrativa
c) é mais apto para o ministério pastoral, com certeza.

– Deduzo, pois, que um pastor, que troca um benefício por outro maior não deve ser alcunhado de avarento. Antes, pelo contrário, visto que assim melhora as suas faculdades e o seu zelo, deve considerar-se que não faz senão seguir sua vocação e aproveitar-se da oportunidade de fazer o bem que se lhe depara.

 (p. 152- 153; BUNYAN)

O triste é que vemos muitos que pensam assim. Muitos que, como Judas, trocam seu talento por moedas de prata. Vendem seu Mestre em função de seu próprio interesse...
 

  •  O que CRISTÃO e ESPERANÇOSO responderam a estes três diante do argumento acima?
 Leia o trecho:

Assim que alcançaram os dois peregrinos, todos se saudaram, e APEGO- AO- MUNDO expôs esta questão, pedindo o favor de a resolverem, caso pudessem.

CRISTÃO respondeu nestes termos –  Não só eu, mas até qualquer novato em religião poderia facilmente responder a mil perguntas como esta. Porque se é ilícito seguir a Cristo por causa dos pães, como se vê em João 6: 26, quanto mais abominável será servir-se de Cristo e da religião como meio de conseguir e gozar as coisas desse mundo! Somente os gentios, os hipócritas, os demônios e os feiticeiros poderão aceitar semelhante opinião.

Os gentios:  Quando Ramor e Siquém quiseram possuir as filhas e o gado de Jacó, e viram que não havia outro meio para conseguir senão deixando-se circuncidar , disseram aos seus companheiros: "Se todos os nossos varões se circuncidarem, como eles fazem, todos os seus gados e toda a sua fazenda serão nossos!" (Gn 34: 20- 24)

–  Os fariseus hipócritas: também foram estes religiosos desse gosto. Grandes orações eram entre eles o pretexto para devorar a casa das viúvas, e todo o seu dinheiro, e por isso o resultado foi a maior condenação da parte de Deus! (Lc 20: 46- 47)

–  Demônios: Tal era também a religião de Judas. Este era religioso pela bolsa apenas, e pelo que nela continha (roubava o dinheiro que deveria ser dado aos pobres); mas perdeu-se e foi expulso como filho da perdição.

Feiticeiros: Nesta religião também estava filiado Simão, o Mago, porque queria possuir o Espírito Santo em troca de dinheiro, e para ganhar dinheiro; mas recebeu da boca de Pedro a merecida sentença (At 8: 18- 23).

Também não posso deixar de dizer que todo aquele que toma a religião para possuir o mundo, a deixará, se necessário for, para não abandonar este mesmo. Pois é tão certo que Judas se fez religioso por causa do mundo como é certo que pela mesma causa vendeu sua religião e o seu Senhor. Responder afirmativamente à questão que propusestes, como me parece que vós tendes respondido, e aceitar essa resposta como boa é ser pagão, hipócrita e filho da perdição, e assim a vossa recompensa será de acordo com as suas obras. 

Ouvindo este discurso, ficaram os falsos peregrinos sem saber o que haviam de replicar. Então CRISTÃO disse a seu companheiro ESPERANÇOSO: Se estes homens não podem sustentar-se ante a sentença do homem, o que será quando se apresentarem no tribunal de Deus? Se os vasos de barro os fazem calar, o que será quando forem repreendidos pelas chamas de um fogo devorador?

(p. 154- 155; BUNYAN)

Cristão respondeu muito bem, e espero que possamos guardar bem estas palavras e não nos desviar do caminho. Se você deseja saber o destino dessas personagens, então não deixe de ler o livro O PEREGRINO, de JOHN BUNYAN (Cick em O Peregrino). Garanto a vocês que não se arrependerão. 

Shekinah

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